quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Diga não às intervenções estéticas - Saiba porque não se deve fazer uso de substânicias químicas e de cirurgias estéticas para o "embelezamento" de cães e gatos

Com mais de  50 milhões de cães e gatos, o Brasil tem a segunda maior população de pets do mundo. E, segundo dados do setor, o gosto do brasileiro por animais de estimação continua a crescer. Com isso, os serviços de embelezamento de animais se expandem para além do banho e tosa.
Substâncias Químicas
Principalmente nos grandes centros urbanos, pet shops e clínicas veterinárias ampliam as opções de procedimentos estéticos, com práticas que geralmente interferem nas características naturais dos animais. Surgem constantemente novidades que se propõem a embelezar cães e gatos com o uso de substâncias químicas aparentemente inofensivas, mas que, pelo potencial de oferecer perigo, geram preocupação. É o caso do alisamento e da hidratação da pelagem, das tinturas para colori-la e dos serviços de "manicure".
O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) não recomenda esses tratamentos e ratifica a importância de se respeitar os animais como eles são. Há riscos reais de ocorrerem queimaduras térmicas e químicas, de acidentes com o corte das unhas e de alergias e intoxicações, ferindo a premissa da guarda responsável que preza o bem-estar animal. Ao se adquirir um pet, é preciso fazê-lo de forma consciente e com compromisso de não expô-lo a sofrimento desnecessário.
Cirurgias Estéticas
É válido ainda lembrar que, desde 2008, o CFMV trabalha pela abolição das cirurgias ditas estéticas em cães e gatos. A Resolução 877, de 2008, proibiu em todo o território nacional a conchectomia (que levanta as orelhas dos caninos), a cordectomia (retirada das cordas vocais) e a onicectomia (extração das garras dos gatos). Depois de cinco anos de adaptação àquela resolução, em 2013 foi acrescentada a proibição da caudectomia (corte da cauda), pela resolução 1.017.
Esses dispositivos são considerados um avanço na prática da medicina veterinária brasileira e, mais do que imposição do CFMV, servem para estimular a reflexão sobre a inutilidade de se mutilar animais apenas por convenção. Estimular a guarda animal de forma consciente contribui positivamente não só para a saúde dos pets, mas também para o equilíbrio do meio ambiente.
Por Benedito Fortes Arruda
Revista Cães e Cia nº 413