Bernes

Animais de estimação que vivem ao ar livre, principalmente nas zonas rurais, correm o risco de ter um parasita, o berne, uma larva esbranquiçada de um das espécies da chamada mosca varejeira, que se acham distribuídas por toda a América do Sul e por todo o Brasil.
A mosca do berne vive apenas 24 horas e, na época da postura, faz uso de uma outra espécie de mosca para depositar seus ovos. Quando esta mosca intermediária pousa sobre um animal, as larvas imediatamente saem para fora dos ovos e vão até a pele do hospedeiro onde fazem uma pequena perfuração, pela qual entram, se instalando próximas à superfície, em qualquer lugar do corpo. É ali que se desenvolvem, deixando aberto o orifício por onde entraram, para poderem respirar. A região incha, ficando cada vez maior, à medida que o berne cresce, podendo aumentar, em uma semana, oito vezes seu tamanho.
No início, o edema é firme, depois começa a se encher de líquido e se torna macio. Muitas vezes assemelha-se a um abcesso, mas é fácil reconhecer um berne: um nódulo subcutâneo, com um orifício bem na superfície da pele, por onde às vezes vaza algum líquido.
Um berne pode ficar quarenta dias ou mais no corpo do seu hospedeiro e se morrer antes de completar seu ciclo, o orifício se fecha, mas nem sempre o nódulo é absorvido pelo organismo, podendo se transformar em um cisto.
Não tente espremer um berne sozinho, existe uma maneira correta de fazê-lo, e é melhor que isso seja feito pelo seu veterinário. Às vezes o animal precisa ser sedado, ou porque o berne se acha numa região muito dolorosa, ou porque é preciso alargar o orifício de respiração, para que se possa retirá-lo. Depois de removido o parasita, mantenha a ferida limpa com o uso de um sabão líquido antisséptico, de clorexidina, uma ou duas vezes por dia, conforme necessário.
Mantenha sempre limpo o local onde o seu animal fica, livre de fezes e urina, para evitar o aparecimento de moscas.

Fonte: Primeiros Socorros para Cães e Gatos
           Amy D. Shojai
           Editora Gutenberg